sábado, 21 de julho de 2012

ônibus



Era tão difícil olhar diretamente para ele, porque vê-lo me desorienta, me faz esquecer tudo que existe no universo. Tinha perdido a conta de quantas vezes o via ali, mas em todas às vezes, ele me arrancava suspiros. No primeiro dia trocamos olhares e um sorriso tímido apareceu em seus lindos lábios.
Ele sentou ao meu lado e minha mente logo tratou de guardar todos os seus detalhes: o cheiro, a textura do cabelo, os detalhes do rosto, a forma dos olhos...
Ele era o ponto fraco em mim. Quando eu fechava meus olhos, era ele que vinha em meus pensamentos.
Bastava ele sorrir, e meu chão sumia.
Digo a mim mesma que devo estar louca, mas do que adiantava, se meus sentidos não eram capazes de me obedecer.
E eu gostava daquela sensação que ele me causava, meu coração dava pulinhos e eu tentava desesperadamente ignorá-lo.
Um riso sai por minha boca, mal sabes ele que é devido a sua presença.
Ele me fazia sorrir mesmo sem saber, mesmo sem querer, mesmo sem estar ali.
E estava na hora de ir. Seguiremos caminhos diferentes, mas não se preocupe... Um dia eles se cruzam.

          Por: Bruna Lorrana

sexta-feira, 13 de julho de 2012

odeio



Eu odeio o jeito como eu preciso tanto de você.
Odeio ficar esperando horas pra te ver, esperando ansiosamente por um olhar, por uma palavra, por um sorriso, um toque que seja.
Odeio quando você chama ela do mesmo jeito que você me chama.
Ela é uma boa garota, mas não merece você. Eu queria merecê-lo.
Odeio ser indecisa e insegura quando se trata de você.
E quando você some, não dá notícias. Eu odeio como o meu pensamento fica te chamando. Como fico imaginando como seria com você aqui, e os momentos que iríamos passar.
Quando você aparece e não diz simplesmente nada. Como é possível não perceber?
Não é o silêncio que me incomoda, e sim a falta da sua voz. E eu odeio porque você não nota isso.
Eu odeio quando você finge não se importar, ou pior, quando me ignora.
E eu tento ignorar a sua presença, mas meus olhos sempre vão involuntários pra você e percorre por cada centímetro do seu rosto.
Eu odeio não ser tão forte o bastante para não me importar com você.
E o odeio ainda mais, por você me fazer sentir tudo isso.
Eu te odeio, simplesmente odeio.

          Por: Bruna Lorrana

sábado, 7 de julho de 2012

às vezes



Sabe moço, queria entender o que eu sinto de verdade por ele, mas entender mesmo, porque até agora tem sido tudo tão confuso.
Uma hora digo que o amo, outra que o odeio. Uma hora o mando para longe, mas no fundo, sempre o quero por perto. Queria poder arranca-lo do peito, mas simplesmente não consigo.
E agora moço, me diz. Eu sei que o quero só às vezes, o problema é que ''às vezes'' acontece sempre.
Não quero esquece-lo, não quero ter que desistir dele. Porque algo dentro de mim, ainda acha que pode dar certo. Porque não quero mais dizer adeus.
E não moço, eu não faço de propósito. Eu fico aqui, buscando maneiras de tirá-lo da minha cabeça. Mas o que posso fazer se ele sempre está perdido em meus olhos?
E eu cansei de lutar contra ele, cansei de ficar apenas imaginando nós dois. Apenas imaginando, pois não sei se é real.
Diz-me moço, e agora faço o que?
''Aprende menina, aprende que dói menos''

          Por: Bruna Lorrana

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Dança





Ouvindo aquela música ela fechou os olhos, mas não era qualquer música, era aquela sabe, que quando você fecha vai para um mundo só seu.
E ouvindo-a, passou aquele dia em sua mente de novo, e de novo, e de novo... Tentando lembrar-se de cada detalhe e descobrir se aquilo era mesmo real.
Ainda podia sentir suas mãos suando, seu coração acelerado e seus pensamentos agitados.
É engraçado como algumas lembranças nos fazem sorrir involuntariamente. E ela sorria com as bochechas coradas, porque tinha amado aquele momento que os dois tinham partilhado.
Dois. Tão bom ouvir essa palavra. Pois ela sabia que essa palavrinha de quatro letras significava que eles estavam juntos, mesmo que tenha sido só naquele momento. O seu primeiro momento. O primeiro compartilhado. O primeiro toque de suas mãos e parecia certo, como se elas se completassem.
Ela sabia que a partir dali nada seria igual, porque ela queria que não fosse.
E ela fechava novamente os olhos enquanto a música tocava de novo, segurando aquela noite como uma parte dela e estava disposta a não deixar que ela se fosse.

         Por: Bruna Lorrana.

Õun, eu ?

   ­­▪▪▪ Bruna Lorrana
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Todas as manhãs ela deixa os sonhos na cama, acorda e põe sua roupa de viver.”

Clarice Lispector